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Além do Beijo: Refletindo sobre Assédio

Foto do escritor: Eliane RaminEliane Ramin

Como avaliar o impacto do beijo forçado na final da Copa do Mundo feminina, que evidencia persistência do assédio à mulher? O ato de beijar alguém à força sem consentimento é uma violação dos limites pessoais e pode ser interpretado como uma forma de assédio sexual.


Uma pequena história...

Era uma vez duas amigas: Maria e Madalena (nomes fictícios). Maria era uma menina de 14 anos, adiantada na escola, que já estava matriculada em um curso profissional de eletrotécnica. Madalena tinha 16 anos na época. Era a década de 70, e sua escola era predominantemente frequentada por alunos do gênero masculino, havendo apenas estas duas meninas na turma. Num certo dia de aula, Madalena saiu da sala visivelmente perturbada e com uma expressão assustada. Embora não tenha revelado a razão desse desconforto, passou a se recusar a deixar Maria sozinha, agindo sempre de forma protetora. Um dia Maria estava na sala, sentada na última carteira da fileira, quando o professor veio sorrateiramente e começou a passar a mão nas costas de Maria. Ela, conseguiu escapar porque Madalena veio em sua ajuda... Com o tempo, Maria acabou descobrindo o motivo por trás do comportamento da amiga, pois o ‘tal’ professor a havia beijado à força, deixando-a em uma situação de grande aflição. Diante de tudo isso, Maria, indignada, queria a todo custo denunciar o professor na diretoria da escola, porém foi impedida por Madalena, que tinha muito medo de que elas fossem acusadas de estar 'inventando' esta história. Maria ficou bastante triste e decepcionada com o ocorrido, também com muita raiva. Maria nunca se esqueceu deste episódio em sua vida...

pássaro

A reflexão vintage de hoje aborda um assunto desafiador que aconteceu há pouco tempo na vida de uma jogadora de futebol. Embora o caso de Maria e Madalena tenha ocorrido nos anos 70, o cenário contemporâneo do esporte trouxe à luz uma polêmica bastante similar, que revelou não apenas a falta de sensibilidade, mas também a persistência de comportamentos inadequados em relação às mulheres.


Recentemente, durante a final da Copa do Mundo feminina de futebol, o presidente da Federação Espanhola de Futebol, beijou forçadamente uma jogadora em público, o que traz à tona questões fundamentais sobre respeito e igualdade de gênero.


O mais peculiar desta história é o fato dele tentar minimizar o ocorrido com a declaração de que foi um "ato espontâneo de carinho entre amigos". No entanto, sua atitude causou desconforto imediato na jogadora afetada, que compartilhou sua experiência nas redes sociais, ressaltando a gravidade do ocorrido. O que deveria ter sido um momento de celebração esportiva transformou-se em um exemplo contemporâneo do assédio persistente que as mulheres enfrentam em diversas situações.


No passado o assédio era aceito como 'normal', mudou alguma coisa?


No passado, o assédio era lamentavelmente normalizado na sociedade, desde avanços indesejados até comentários de cunho sexual disfarçados como elogios. Lembro-me de quando andava nas ruas e ouvia uma série de palavras desagradáveis, como se fosse completamente normal um homem poder falar o que quiser para uma mulher. Mas o que causa um profundo espanto é isso se repetir publicamente nos dias de hoje, inclusive utilizando as redes sociais como um escudo protetor para a falta de conscientização sobre limites e a perpetuação de normas de gênero prejudiciais para a sociedade. O que pode ser interpretado como um simples 'beijo' é uma referência significativa sobre como as mulheres ainda precisam galgar patamares para ter seus direitos completamente respeitados.


A luta pelos direitos das mulheres ainda está em curso. Episódios como o beijo forçado ressaltam a persistência das mentalidades patriarcais que diminuem as mulheres e sua autonomia. Como mulheres vintage, temos a responsabilidade de compartilhar nossas experiências, ampliando o diálogo sobre desafios passados e presentes, e unir nossas forças para desafiar normas toxicas.


O episódio do beijo forçado na Copa do Mundo feminina não é um incidente isolado, mas sim um reflexo de uma realidade mais ampla. A luta pela igualdade de gênero é constante e não pode parar até termos uma sociedade onde a conscientização sobre limites e respeito mútuo sejam mais mais igualitários.



Queremos saber a sua opinião sobre o artigo! Você acha que o beijo forçado na final da Copa do Mundo feminina pode ser considerado assédio? Compartilhe seus pensamentos nos comentários e ajude a ampliar essa discussão importante sobre igualdade de gênero e respeito. Se este artigo ressoou com você, não hesite em compartilhar para que mais pessoas possam se juntar à conversa

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